Entrevista: Antonia Frering

Antonia Frering dá o tom 

Antonia é linda, linda. Tem filhos também deslumbrantes, o que parece também acontecerá com os netos. DNA poderoso, não fosse a bela filha de Carmen Mayrink Veiga, musa e ícone absoluto do chamado café society, que até samba rendeu (Miguel Gustavo na voz inigualável e personalíssima de Jorge Veiga). Nascida em 12 de janeiro, Antonia é uma capricorniana típica: sabe o que quer e, tal qual a cabra do signo, escala a montanha quantas vezes forem necessárias, sejam quais forem as dificuldades.

Antonia – que também é atriz, posta sozinha em suas redes sociais e ainda comanda um canal de YouTube – agora resolveu escrever. Acaba de lançar dois livros infantis, com noite de autógrafos na última segunda-feira, 15, “Maricota Pipoca” e “Os Amigos da Floresta”, e renda revertida para o Instituto Desiderata, que criou e preside.

Com sua voz pausada e bonita, conversou comigo na última quarta-feira, 17.

A.R. O que lhe levou a escrever histórias infantis? Pensa em continuar?

A.F. Essas histórias foram inventadas por mim, quando os meninos, Guilherme e Lorenzo, eram pequenos. Eles tinham dois amigos inseparáveis, Eduardo e Pedro, que sempre iam pra Angra conosco. Na casa tinha um cabide com bichinhos e toda hora um queira ser a tartaruga, o macaco, e eu ia contando as histórias que inventava com cada bichinho. Nasceu, aí, “Os amigos da floresta”. Aí a Maria acabou ficando sem história pra ela e então inventei a Maricota Pipoca. Guardei na cabeça e, no Natal passado, fiz uma edição limitada, bem simples, e dei para os meus netos. Foi então que meu marido e minha sogra me convenceram de que não poderia deixar restrito a eles. Minha sogra foi quem mais incentivou. Quando eu dizia que achava que era uma coisa singela, que deveria ficar restrita à família, ela rebatia dizendo que o livro representava o Amor e tudo o que é feito com amor merece ser mostrado. Foi assim que tudo aconteceu. Quanto aos planos futuros, agora vou ter que me virar para inventar – e escrever – mais histórias para os meus netos.

A.R. Você é uma linda e elegante mulher, filha de um dos maiores ícones da sociedade brasileira, a sempre querida e lembrada Carmen Mayrink Veiga. Qual foi o maior legado que ela lhe deixou?

A.F. Acho que o maior legado que a minha mãe me deixou foi a força interna. Ela era uma mulher muito forte, eu sou uma mulher muito forte e a minha filha também. Mamãe era muito disciplinada, eu também sou. Ela sempre dizia que a gente tem que cutucar a onça com a vara curta. Demorei a entender, hoje entendo completamente.

A.R. Houve um tempo em que você investiu na carreira de atriz. Desistiu ou está à espera de novos desafios? 

A.F. Eu não desisti da minha carreira de atriz, não. A TV Cultura transmitiu até sexta-feira passada, dia 13, uma série que fiz com o Flávio Tambellini, “Baile de máscaras”, que ficou três meses no ar. Na Espanha, está estreando um filme que rodei com a Rossy de Palma e a Geraldine Chaplin. Ano que vem tenho já um projeto engatilhado de um filme na Europa, mas ainda não posso dar maiores detalhes. E aqui, se pintar alguma coisa, estou super a fim de fazer.

A.R. Qual o conselho que você daria a uma jovem mulher frente a essa nossa nova sociedade de alta exposição pública? Como ser uma digital influencer sem perder a classe?

AF. Eu acho que o digital influencer se expõe muito hoje em dia. Fico pasma com o que essas meninas fazem. Eu tenho meu Instagram, cuido pessoalmente dele, e meu canal do YouTube. Tenho usado o Insta para posts em que falo sobre algum livro que li, um filme que assisti, gosto muito de fazer isso. Mas eu me preservo. A gente vai até um ponto, mas hoje as meninas estão indo muito além desse ponto. A elas eu diria: cuidado pra vocês não se arrependerem depois. Porque a gente sabe que essas coisas todas têm um preço, não é?