Coluna Magnavita: Prefeito e Presidente juntos

Witzel, isolado, é crucificado por contratar o Iabas, que Crivella despachou

Por Cláudio Magnavita *

Nesta quarta-feira, o casal Sylvia Jane e Marcelo Crivella foi recebido em Brasília para um almoço privativo no Palácio. Foi um almoço íntimo, sem terceiros e totalmente reservado. O convite consolida a aliança entre o presidente e o prefeito do Rio com desdobramentos políticos altamente favoráveis para o Rio.

Há alguns meses, Crivella era considerado uma carta fora do baralho eleitoral. Os problemas financeiros da sua gestão e a má vontade do novo governador, tentando avançar em ações que eram exclusivas da municipalidade, como o programa Segurança Presente, o primeiro a falar de desordem urbana.

Crivella sofreu também na Rede Globo de Oposição, herdando uma briga na corrida Record/Globo. Na área da saúde, foi um massacre. Quando ele resolveu retirar as Organizações Sociais, a primeira a ser cortada foi exatamente o Iabas. A mídia fez um escândalo. Escreveram que não daria certo e que a Rio Saúde seria um fracasso.

O prefeito cometeu vários erros na sua gestão de sufoco financeiro, na qual sobra contas e falta receita. O maior deles foi apostar em Paulo Messina, um vereador que foi o Brutus da política carioca. Humano, até hoje o casal conserva um porta-retrato com as fotos dos filhos do ex-secretário na sala, crianças que criaram laços afetivos com os Crivella.

Messina foi consequência de terem barrado a nomeação de Marcelinho Crivella para a Casa Civil, em uma absurda questão jurídica esdrúxula até hoje não resolvida.

Já o Iabas, defenestrado pelo prefeito e tornando inidônea, ficando proibida de contratar com a Prefeitura, é hoje o calcanhar de Aquiles do governador Wilson Witzel.

A própria Globo passou o dia denunciando os problemas da única unidade que foi meio aberta no Maracanã. O Estado, ao invés de dividir riscos, apostou todas as suas fichas exatamente na OS que o Crivella defenestrou. Agora, o novo secretário Fernando Ferry já fala em cancelar parte do contrato.

Só para ter uma ideia de grandeza, o Iabas vai receber pelos hospitais de campanha R$ 770 milhões, bem próximos a todo um ano de serviço prestado à Prefeitura na gestão anterior.

Crivella reconstrói a ponte entre o Rio e o Governo Federal, que já nos primeiros dias de governo foi implodida por Witzel, com a demissão de Guttemberg Fonseca, hoje braço direito do prefeito.

No final de 2019, a Prefeitura fez uma monstruosa compra de equipamentos para a saúde. Tudo para ser pago em cinco anos e com preços de tabela. Cada um dos 806 respiradores custou 1/4 do que o Estado pagou. Só que Crivella recebeu os equipamentos e os do Witzel sumiram.

O hospital de campanha da Prefeitura é elogiado e funciona. Já os do Estado estão a caminho das páginas policiais.

O Marcelo Crivella que chega à corrida eleitoral é bem diferente do que seus adversários tentaram pintar.

No mesmo dia que dava atenção ao Presidente da República, os trabalhadores da saúde recebiam para lanche uma série de bolos confeccionados na cozinha da família Crivella, um gesto inspirado em um empresário que doou pizzas. Um gesto humano feito para servir de exemplo. No cartão que acompanha as tortas e bolos, uma mensagem carinhosa de agradecimento da família à dedicação dos profissionais da saúde.