Pólo cultural carioca vai à internet pedir contribuições

Por Affonso Nunes

No rastro de perdas culturais provocadas pela pandemia do novo coronavírus está a Livraria Folha Seca. Mais do que um simples ponto de vendas de livros, a Folha Seca é uma ilha de referência da cultura carioca com títulos relacionados á história da cidade, urbanismo, arquitetura, samba e futebol. Fechada desde meados de março, a livraria e editora está promovendo uma campanha de arrecadação, com várias maneiras de contribuir. Uma delas, por exemplo, é comprar um valor a partir de R$50 para retirar em livro quando a livraria reabrir.

Com uma contribuição de R$ 80, é possível adquirir pacotes de três livros das seguintes temáticas: cena teatral carioca nos século 19, música brasileira e política carioca. Com contribuições de R$ 100, é possível adquirir os livros os livros “Ode a Mauro Shampoo” e “Almanaque Brasilidades”, ambos do historiador Luis Antônio Simas, autografados pelo autor. E cotas de uma rifa darão direito a concorrer a itens únicos da loja.

“A Folha Seca é ponto de encontro para todos aqueles que pensam a cidade, se interessam por sua cultura e, mais importante, buscam preservá-la. Estamos fechados desde o dia 18 de março e decidimos abrir esse financiamento coletivo para garantir nossa sobrevivência até depois que tudo passar”, explica Rodrigo Ferrari, um livreiro à moda antiga que atende pessoalmente a clientela há 21 anos, 15 deles na loja da Ouvidor.

E quem frequenta a loja não vai apenas pelos livros. O espaço é conhecido pelas rodas de samba e choro nas tardes de sábado. Programa mais carioca, impossível.

Além do voucher para retirar os livros, contribuições em outros valores dão direito a pacotes de livros do acervo da casa. A arrecadação, explica Ferrari, será para garantir todos os custos de manutenção da livraria, inclusive os fornecedores, para esse mês seguinte. “Infelizmente, até segunda ordem, essa é nossa única fonte de arrecadação”, comenta.

As contribuições são feitas através do link www.catarse.me/folhaseca. A meta inicial, estipulada em R$ 40 mil já foi quase atingida e contas com boa adesão nas redes sociais, mas vale continuar contribuindo para dar sobrevida a esse patrimônio cultural da cidade.