Tristão impõe permanência de Mercês em duro telefonema. Governador faz juiz largar magistratura e promete presidência da Fundação do PSC. MP fala de novas provas e partido não pune Ottoni de Paula...as novidades de um dia de ressaca
Por: Claudio Magnavita*
O restabelecimento da confiança do Governador com a Alerj está difícil. A manutenção do novo secretário da Fazenda Guilherme Mercês pegou a todos de surpresa. Primeiro, uma entrevista na Globo reafirmando, ele próprio, que ficava, falando dos seus méritos. Mercês tinha audiência às 18h30m de quarta-feira com o governador. Horas antes, um duro telefone de Lucas Tristão fez Wilson Witzel recuar. Nenhum dos argumentos do governador foi aceito por Tristão, que não abriu mão do seu preposto.
Agora surge um novo personagem, o advogado Ricarlos Almagro, convencido por Witzel a deixar a magistratura. Em outubro, ele renuncia e deixa de ser juiz federal e vem para o Rio. Além de advogar, cuidaria do plano de governo para a campanha presidencial e assumiria a Fundação do PSC, a mesma que está envolvida no escândalo das denúncias feitas por um advogado, que depois desapareceu, com suspeita de ter sido morto em Minas Gerais.
Agora, o Guanabara volta a tentar desmoralizar a Assembleia, procurando retardar o seu processo de impeachament, colocando na frente a solução dos casos da cassação de deputados da Operação Furna da Onça.
Na mesma matéria que a Folha de S. Paulo fala de abusos do Ministério Público, de uma operação a jato, aponta provas que foram conseguidas e que agravam o caso do governador. Uma operação que começa a partir da denúncia do polêmico deputado Ottoni de Paula estaria fadada a questionamentos. Como pode um deputado federal do PSC canibalizar a sua própria legenda e continuar impune. Não teve mandato suspenso, como o PSL fez com rebeldes, e o deixa livremente implodir o seu próprio partido. Uma pena tudo isso. O Rio não merece passar por um sofrimento desse em plena pandemia.
*Diretor de Redação do Correio da Manhã
