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Fome de poder na Colina

Por Gabriel Moses

A busca pelo poder nos bastidores do clube carioca afeta negativamente o desempenho financeiro do Vasco. E isso vai além das quatro linhas. Com política travada e egoísta, as eleições “democráticas” no Gigante da Colina sofrem retaliações e imbróglios judiciais desde 2017.

Na ocasião, a grande polêmica era voltada para a “Urna 7”. Estavam na disputa para a presidência o empresário Julio Brant, que tinha por aliado Alexandre Campello, e Eurico Miranda, que tentava a reeleição.

Membros ligados ao grupo de Brant conseguiram na 52ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a realização de votos de sócios suspeitos em urnas específicas.

Com o fim da primeira etapa do pleito, a chapa de Eurico saiu vitoriosa, conseguindo 120 conselheiros eleitos pelo Conselho Deliberativo, contra a chapa Brant/Campello, que só reuniu 30. Portanto, as eleições estavam terminadas, certo?

Errado! Em perícia feita pela Polícia Civil, a Urna 7 foi invalidada e o resultado passou a ser favorável para Brant. O caso gerou revolta na família Miranda, que tentou recorrer ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, mas não obteve êxito.

Na véspera da segunda parte do pleito, e em cenário decisivo para a vitória de Julio Brant, Alexandre Campello decidiu romper com sua chapa e se aliou a Eurico Miranda e Roberto Monteiro para poder lançar uma candidatura separada e disputar a presidência.

Com a união dos dirigentes e a forte influência de Eurico Miranda no clube, Campello assumiu graças à eleição do Conselho, ocasionando um fato inédito na história centenária do Cruzmaltino: um órgão administrativo não respeita a decisão das urnas, e contraria a vontade dos sócios.

Tais problemas extracampo afetaram de forma contundente a temporada de 2018 da equipe, que se livrou do quarto rebaixamento aos 45 do segundo tempo da última rodada do Brasileirão.

São esses reflexos, oriundos das disputas de ego e de “jeitinhos”, que prendem o Vasco, uma instituição gigante, que tem se apequenado em suas finanças e estruturas em relação aos demais grandes do Brasil.

A torcida vascaína não merece passar por isso.

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