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Aonde vamos?

Por: Nilson Mello*

A disposição para o embate, traço característico do presidente da República, e a sua reiterada aposta na polarização, são os fatores que em grande parte explicam – sem, contudo, justificar – a escalada de tensões na qual o país ingressou, processo que se agravou no último mês, quando todos os esforços deveriam estar voltados para o combate à pandemia de Covid-19 e a mitigação de seus efeitos sociais e econômicos. 

Seria aconselhável que o círculo mais próximo de assessores presidenciais questionasse o chefe – se é que haverá coragem para tanto – sobre quais teriam sido os resultados práticos da estratégia de confronto que caracteriza a sua administração desde o primeiro dia de mandato. Por que arriscar-se sempre a andar no fio da navalha? A pergunta é pertinente porque os desdobramentos negativos do embate permanente estão claros para todos, mas ainda assim não parecem arrefecer o ímpeto beligerante.

Os desdobramentos se traduzem, por um lado, em uma governabilidade cada vez mais frágil e, em função dela, na necessidade de se estabelecer aliança com setores do Congresso reconhecidamente fisiológicos e corporativistas, o que coloca em dúvida o efetivo cumprimento dos objetivos de uma agenda legitimamente sancionada pelas urnas.

As dezenas de pedidos de impeachment protocolados na Câmara transformam tal articulação (espúria?) em uma tábua de sobrevivência, realçando a vulnerabilidade do presidente e, por decorrência, justificando as suspeitas, por parte da sociedade, de que as promessas de campanha, entre elas o propalado combate à corrupção, não poderão ser cumpridas, ao menos não totalmente.

Por outro lado, em menos de um ano e meio de mandato, o ânimo pelo confronto, sobretudo no momento em que o país mais precisava de uma liderança conciliatória, levou à deterioração de um capital político considerável, representado por mais de 57 milhões de votos depositados nas urnas em 2018. O que sobrou desse “patrimônio” foi um alto grau de rejeição, conforme demonstram as pesquisas, e uma parcela de seguidores cada vez mais radicais, o que, obviamente, não serve à democracia.

Como não é possível identificar ganhos imediatos para o governo com essa estratégia, e muito menos para o país, é plausível indagar: onde se pretende chegar?

*Jornalista e advogado

 

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